O MAE (Movimento Autônomo pela Educação) vem a público
externar sua revolta contra equívocos, difamações e acusações infundadas,
difundidas com o intuito de nos atingir pela mentira. No entanto, eis a nossa
versão.
A intriga política, presente na crise propositiva de
alternativa da esquerda atual, tem sido um dos atrasos mais agravantes na
organicidade da classe trabalhadora para uma superação da sociedade de classes.
Dito isso, pode o ataque verborrágico - e por motivações pessoais - feito por
um individuo (considerado da “esquerda”) passar-se por crítica política de
pretensa natureza estrategista? Quem ingenuamente pode creditar a um indivíduo
o valor de “uma revolução”? Quantos revolucionários,
por cerca de três décadas, não foram enganados pela propaganda stalinista que
ocultava suas atrocidades? Por que, em vez de avançarmos em discussões,
reflexões, debates, proposições e ações coletivas classistas, estagnamos ou
regredimos a cada passo dado?
Por que, passados oito meses da experiência política
que gerou o MAE (Movimento Autônomo pela Educação), Carlos Wellington, um
“experiente militante”, tal como ele se auto-define, resolve vestir-se da
carapaça discursiva/argumentativa do nosso inimigo de classe para nos atacar?
Primeiro, é preciso dizer aos desavisados ouvintes de
uma “verdade única”, de uma só versão, que acendam seus olhos à realidade que
os circunda e abram os ouvidos a outras vozes para não caírem em cegueira e em
surdez!
Segundo, quem é Carlos Wellington, para posar de
“professor de militância” e querer ensinar a companheiros o que muitos já sabem
pelo menos, na luta, mais do que sua idade?
É incrível o quanto “nosso sábio professor de
militância” é habilidoso em nos acusar de porras-loucas ao mesmo tempo em que
fraqueja ao silenciar quanto a sua ausência em quaisquer das reuniões que
antecederam o plano da ação de acampar! E, aqui, quando falamos em reuniões
fundamentais para a construção do acampamento, não estamos de modo específico
nos referindo tão somente as reuniões do Comitê de Solidariedade ao Tonhão, mas
ás reuniões definidoras e determinantes com vistas a nos instalarmos frente à
Secretaria Estadual de Educação-SP. Reuniões estas inicialmente chamadas por
professores indignados com o tratamento dado pelo governo do PSDB a suas
condições de trabalho e, respectivamente, ao seu modo de vida. (Toda uma ação
pensada dentro da efervescência política das manifestações de junho). No
entanto, decidimos, dentro das reivindicações que o coletivo engloba, reavivar
a luta contra a contínua e incômoda situação - de perseguido político – que
leva o camarada Tonhão. Sua “readmissão” e aposentadoria seriam sem dúvida mais
que uma conquista... Contudo, reafirmamos: em nenhuma das reuniões “nosso sábio
militante” se fez presente!
Somente quando, convidado por um camarada mais ligado
ao coletivo, na noite em que estabelecemos o acampamento em plena Praça da
República (no portão da frente da Secretaria de Educação) eis que surge “nosso
experiente revolucionário”! Daquele momento, aos cinco próximos dias que se
seguiram, foi que se fez presente “nosso sábio militante”.
Carlos Wellington mente ao dizer que em algum momento
membros do coletivo foram hostis com ele! Embora não tenham lhe faltado
convites para participar das avaliações que se seguiram ao término do
acampamento, inclusive a primeira delas realizada na casa do companheiro
Tonhão, ninguém deixou de reconhecer sua importante contribuição inicial para
com a sustentação e manutenção do acampamento. Todavia, não se pode atribuir a
outra coisa o que não passou de uma dificuldade sua de aceitar as críticas que
lhe foram feitas quanto a postura – truculenta, por sinal - que tomou diante de
um camarada... quando este, no direito de liberdade de expressar-se, dentro da
autonomia criada pela dinâmica do nosso próprio coletivo, criticava a
cumplicidade e pelegagem da diretoria do
sindicato dos professores estaduais de São Paulo (APEOESP) frente ao governante
paulista, Geraldo Alckmin-PSDB.
“Nosso revolucionário professor militante” também não
deveria contar, como vem fazendo ardilosamente com os seus “discípulos
ouvintes”, o real motivo de sua retirada do acampamento? Afinal, não foi em
virtude dessa contenda política, por ele deflagrada com outro camarada, no inicio do
acampamento, a razão pela qual decidiu se retirar – de livre e espontânea
vontade, porque o coletivo não o expulsou? E mais: não caberia também ao
camarada explicar - aos seus seguidores virtuais ou não - porque tomou “sozinho
uma postura unilateral” de reunir-se com o Chefe de Gabinete do Secretário de
Educação, tendo com isso, atropelado – conscientemente – a decisão consensual
do coletivo de que nenhum tipo de negociação seria possível de forma
individual?
Não foram
poucas às vezes em que nos reunimos e explicitamos as nossas limitações e
debilidades – como exige que reconheçamos o “sábio camarada” – com relação ao
acampamento na Praça da República. Não é por falta de conhecimento dessas
circunstâncias que nossa campanha foi um insucesso, como tenta inutilmente nos
apedrejar no PAREDÃO DE SUAS VERDADES INCOVENIENTES, o “sapiente militante”,
nos responsabilizando por um fracasso que, segundo seu entendimento, foi
resultado da nossa “má politicagem”!
Vemos em
sua verborragia e em sua adjetivação - contra a nossa ação política - um desdém
que muitas vezes não encontramos nem nos argumentos dos nossos inimigos de
classe. Aliás, sua argumentação deixa subentendida uma “certa garantia para a
aposentadoria do Tonhão”, uma insistência tão irritante que nos leva a pensar
que esse “militante negociador” sabe de muito mais coisas do que de fato
ficamos sabendo! Afinal, para afirmar com tanta persistência, se não foi só
promessa, o que realmente esse camarada obteve de garantia do Chefe de Gabinete
do Secretário de Educação? Não é considerado um erro político confiar em falsas
promessas? Que militante, dito “experiente”, pode acreditar em promessas dessa
natureza, visto que o próprio Tonhão há muito tem consciência da irredutível
postura fascista do Governador Alckmin e do STF negando o seu direito à
aposentadoria? Seu equívoco foi acreditar que o governador cederia à situação
do Tonhão simplesmente porque o fascista ignorava a nossa debilidade política
naquele acampamento! Com tanta “experiência na militância” o “nosso camarada”
devia saber que a luta política não admite ingenuidade! Admitindo-se isso,
Carlos Wellington acaba tecendo uma contextura política na qual fica claro o
uso do companheiro Tonhão para seu proveito político.
Carlos
Wellington tem se esforçado em difundir a mentira na mesma intensidade que tem
se mostrado incapaz de compreender suas próprias implicações políticas.
Tendo
passado incríveis OITO MESES, depois das grandes manifestações de massa, ele –
e somente ele – já sabia que tudo aquilo era uma onda eufórica que passaria!
OOOOHHHH, quanta sapiência analítica! Quanta falta fará um camarada assim,
pois, como daremos conta das nossas ações políticas a partir de agora, sem um
VERDADEIRO VIDENTE MILITANTE VETERANO para nos conduzir para o caminho da
VERDADEIRA E ÚNICA VERDADE SALVACIONISTA?
Eis que o
nosso MILITANTE REBELDE CONSCIENTE nos faz uma acusação um tanto quanto
indelicada, para não dizer leviana, desastrosa e infeliz, quando proferida por
um aspirante a revolucionário de esquerda (ou seria REACIONÁRIO DE ESQUERDA?):
dizer que somos INTOLERANTES,
FUNDAMENTALISTAS, PURISTAS, EXTREMISTAS, ESTREITOS, ARROGANTES, ISOLADOS,
DÉBEIS, MALUCOS, só reforça sua “humilde intenção socialista”, muito próxima do
norteador princípio comunista: a solidariedade de classe.
A despeito de tantos “elogios”, quem é o INTOLERANTE,
heim? Sem risco algum de engano, não foi o nosso
“sensível camarada militante” que tentou arrebatar/tomar das mãos de um
companheiro o microfone quando – no acampamento – num fatídico dia de “luta nacional”
este vociferava críticas à líder sindical pelega Bebel? É aceitável recebermos
aulas/lições gratuitas de TOLERÂNCIA de alguém que forçou impedir um
companheiro do direito de falar? Quando tal atitude parte dos nossos inimigos
de classe, imediatamente consideramos como INTOLERÂNCIA, e tão logo tratamos de
repudiar esse tipo de OPRESSÃO! E quando a intolerância/opressão parte de um
“companheiro”?
A genialidade crítica do nosso sábio militante é realmente assombrosa! Além de qualificar
nossa ação política como infantil, tentando inutilmente nos convencer de sua
“LARGA – e portanto, ADULTA – CULTURA DE ESTRATEGIA POLÍTICA”, compara/iguala
nossa “pífia tática política” à incapacidade política do governador Alckmin de
enxergar a frágil realidade (governador este a quem ele prefere,
respeitosamente, chamá-lo de Geraldo). Nosso
“gênio militante” nos culpa e nos condena pela inabilidade de não sabermos
negociar a – segundo sua VERDADE IRREFUTÁVEL – aposentadoria do Tonhão! Ora,
como pode um “experiente militante” não se dar conta de que a precarização a
que chegamos (e não só a categoria dos trabalhadores da educação, mas um imenso
quadro da classe trabalhadora) deve-se, em dimensão considerável, ao fracasso,
entreguismo ou pelegagem por parte das lideranças sociais, sindicais e
partidárias que tomaram à frente das negociações e sentaram nos gabinetes da
burocracia estatal e nos escritórios dos grandes empresários para vender por um
preço módico a nossa força de trabalho, e de lá não costumam sair nem enxotados!?
Ora, como vemos, às vezes não precisa ser um “gênio da arte da militância” para
perceber que o resultado desse fracasso em muito pode ser atribuído não apenas
aos ataques e avanços do capital sobre o trabalho, mas também como “excesso de
habilidade estrategista negocista” das lideranças da classe trabalhadora.
Enquanto o governador fascistóide Alckmin e o STF
negaram a aposentadoria do Tonhão, levianamente o “sábio militante” foi capaz
de nos delatar, censurar, acusar, culpar e condenar de sermos os responsáveis
pela precária vida que leva nosso companheiro de Diadema.
Nos espanta que um “pós-doutorado em militância
política” desconheça as próprias condições sociais precárias e ou o nível de
estagnação política em que se encontra a organização social pela qual há anos
vem dando o seu sangue: o MST. Devemos acreditar que, se as “hábeis estratégias
negocistas” das lideranças do MST tivessem falhado, de certo o latifúndio
continuaria existindo e o “sensível governo federal do PT” não teria realizado
a reforma agrária? Ficamos até um pouco acanhados em lidar com uma “sumidade
militante”, mas fazer o que se é um exercício da reflexão (?), mesmo assim,
sugerimos ao camarada que leia o seguinte texto publicado no site do MST:
REFORMA AGRÁRIA AGONIZA. DESEMPENHO VERGONHOSO DO GOVERNO DILMA. Através dele pode-se conjecturar que até
mesmo governos que se fingem mais próximos dos trabalhadores, nos tem sido
extremamente nocivos, assim como lideranças ou representantes – de quaisquer
ordens – têm sido incapazes de nos garantir uma solução ou saída para nosso
real modo de vida, nem aqui, nem em qualquer lugar!
Carlos
Wellington, do campo virtual para o real, tem prestado um excelente serviço aos
nossos inimigos de classe.
<http://www.mst.org.br/node/13682> REFORMA AGRÁRIA AGONIZA: DESEMPENHO VERGONHOSO DO GOVERNO DILMA.
(30 de julho de 2012). “O primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff
inscreveu em sua biografia uma marca: o pior desempenho desde a Era FHC na
execução da Reforma Agrária. Dados oficiais do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária – Incra, revelam que a presidenta em 2011
registrou a pior marca dos últimos dezessete anos no assentamento de famílias
sem terra. Os números de 2011 são vergonhosos. Apenas 21,9 mil famílias de
sem-terra foram assentadas no 1º ano do governo Dilma. Comparando os números
relativos ao primeiro ano dos mandatos desde 2003, têm-se o seguinte quadro:
FHC – 43 mil famílias em 1995; Lula – 36 mil famílias em 2003 e Dilma – 22 mil
famílias em 2011. Os dados são do Incra”.