Quem Somos

Quem Somos


  O MAE (Movimento Autônomo pela Educação) é uma organização em defesa da educação para a emancipação humana; organiza-se para lutar contra o capital, construindo manifestações e ações diretas junto a outros movimentos sociais autônomos anticapitalistas e antifascistas.

Organizado por trabalhadores(as) explorados(as) e oprimidos(as), posiciona-se contrário a ações monopolizadoras e centralizadoras praticadas pelas organizações dos partidos políticos e dos sindicatos; defende a autonomia organizacional do movimento - orientado para uma sociedade sem classes.

  Não temos e não defendemos o vínculo com instituições partidárias, empresariais, estatais, religiosas e/ou Organizações Não-Governamentais. Acreditamos que a autonomia é um dos principais meios para se chegar a uma nova forma de organização social, libertária, sem mediação de governo, que tenha como conteúdo a negação de qualquer expressão autoritária e que afirme em sua forma a horizontalidade do poder popular.

 Para nós, o sindicato é também um potente instrumento para mudar a sociedade. Todavia, a estrutura sindical atual não representa os interesses d@s trabalhador@s, logo, faz-se necessária e inevitável a luta no interior e no exterior dessa instituição, para derrotar a burocracia que no poder se instalou e vive – além das custas dos associados - a desvia-lo do caminho da luta anticapitalista.

  Nossa luta pela educação (que leva em consideração a qualidade e o acesso gratuito a tod@s) se soma a luta de outr@s trabalhadores(as) organizad@s, movimentos e organizações sociais dentro daquilo que consideramos ser importante para a construção do processo de substituição do capitalismo e seu Estado burguês por uma nova sociedade horizontalmente organizada por aqueles(as) que produzem toda a riqueza social.


HISTÓRICO

A conjuntura em que surge e se insurge o MAE

O Movimento Autônomo pela Educação, enquanto coletivo de luta organizado aqui em São Paulo, manifesta-se num dos momentos políticos mais efervescentes da história recente do Brasil e do mundo. É sob o calor das massas nas ruas que o MAE se apresenta ao povo trabalhador, na metrópole paulista, como um instrumento político de luta ainda em construção. O MAE surge como resposta política alternativa à linha política de cumplicidade, de conivência, de conciliação de classes, de negociação nociva, através do uso do aparelho político da classe trabalhadora, o sindicato, apropriado/tomado por uma casta dirigente e por uma falsa oposição de oportunistas da pior espécie.

O MAE é uma resultante política de lutadores que nas últimas décadas vem enfrentando e resistindo aos ataques do capital através do Estado capitalista e seu agressivo modelo neoliberal. Com uma herança de luta política aguerrida refletida principalmente no acampamento de 2000, no mesmo espaço (Praça da República, em frente à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo), sob a mesma bandeira em defesa do imediatamente básico e do socialismo, e contra/denunciando outras condições sociais (de trabalho e de vida) mais agravantes.

Com o agravamento das condições de vida da classe trabalhadora (arrocho salarial, subcontratação, precarização do atendimento à saude, falta de moradia, aumento do aluguel, inflação...) novos lutadores se somaram a luta contra o capital. No Estado de São Paulo, o governo do PSDB, ao longo de quase duas décadas, é o principal responsável pela preparação das condições ideais para a reprodução do capital, incluindo a baixa aplicação de recursos na força de trabalho - tão necessária a valorização do capital -, logo, a redução do custo de vida traduz-se diretamente como aumento de lucro para os capitalistas. Portanto, parte da classe trabalhadora insurgi-se contra esse Estado capitalista, cujo modelo social exploratório vitima diariamente centenas de vidas.

O capitalismo não reproduz apenas seres alienados, mas também faz surgir lutadores, ainda que tente os alienar.

A história da luta de classes nos deixou como aprendizado que, quando as classes dominantes desferem seus ataques, as classes dominadas reagem, tentam se organizar para o enfrentamento, resistem e lutam. O sindicato, já não consegue - na luta - dar uma resposta satisfatória à classe trabalhadora; já não oferece a correlação de força contra a classe exploradora dominante; já não dá segurança às ações políticas dos trabalhadores na luta contra o capital; noutras palavras, os trabalhadores procuram cada vez mais se organizarem de forma autônoma para tentarem escapar das armadilhas traiçoeiras as quais se tornaram vítimas das negociatas dos sindicatos ao longo de sua história de luta; noutras palavras, os sindicatos tornaram-se cúmplices da política ruinosa dos governos capitalistas em defesa do capital.Foi para manifestar nossa revolta contra o conluio entre a APEOESP (sindicato dos professores do Estado de São Paulo) e o governo do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin-PSDB, que um grupo de professores/lutadores assumiu o desafio de dar início a construção de uma alternativa necessária ao enfrentamento às classes poderosas, de tal forma que o resultado desse processo culminou num movimento de resistência (no coração de uma metrópole hostil e as portas de uma instituição anti-socialista, anti-comunista), bem como apontou o caminho forçoso de uma ruptura do modelo sindical cansado - de luta institucionalizada - e de conivência com os representantes da ordem do sistema do capital.

Sob a ebulição política em que vive o mundo, a luta de classes toma forma de movimentos de massas espontâneos que ganham as ruas para tentar, ao menos, barrar o avanço do capital sobre suas condições de existência. Muitos desses movimentos se encerram em si mesmos logo nos primeiros passos de luta. Ao MAE, espera-se uma vida longa.

O MAE trouxe como desafio social e político a sua forma inconclusa.

Agosto-setembro de 2013.






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