13 de junho de 2015

EM SÃO PAULO, BUROCRACIA SINDICAL ACABA A GREVE DOS PROFESSORES, MESMO SOB FORTE ATAQUE DO GOVERNO DE GERALDO ALCKMIN/PSDB

Passados 3 meses e 2 dias, greve dos professores do Estado de São Paulo foi encerrada sem nenhuma proposta por parte do governador Geraldo Alckmin/PSDB. Admitindo o enfraquecimento do movimento grevista e, ao mesmo tempo, para tanto, sem conseguir disfarçar sua articulação na desmobilização política, a burocracia sindical anunciou o fim.
O movimento grevista que em seu início havia adquirido força (grande adesão do professorado), foi se consumindo, sob a articulação da burocracia. Seu descenso não deveu-se apenas aos contínuos ataques (não pagamento dos dias parados, substituição de professores grevistas, terror político sob ameaça de quebra de contrato e exonerações...) do governo do PSDB, mas também devido aos descaminhos adotados pela burocracia: nenhuma radicalização, aliás, nenhuma ação que fugisse ao seu controle, retirada da luta do campo político para o campo jurídico e, principalmente, o que poderia ter mantido a chama da luta acesa, faltou aplicar o dinheiro necessário no fundo de greve para os professores lutadores se manterem na luta.
Essas medidas, pesaram sobremaneira à greve. Atrofiaram seu belo vigor. Em sua fase final, um destacado setor do professorado grevista, por mais que resistisse contra o chamado para o fim da greve, por mais que argumentasse contra seu término, seus argumentos já não encontravam lastro que se sustentassem mediante a desesperança que as medidas fascistas do governo haviam criado e a insatisfação e a raiva que a burocracia tinha provocado. Tudo isso foi difícil de conter sem ao menos gerar um nó na garganta.
Na penúltima assembleia, o movimento evidenciou os sinais da temperatura dos ânimos dos lutadores. Uma expressiva parcela defendeu a continuidade da greve, tendo para isso enfrentado na porrada e expulsado sob gritos os bate-paus dos seguranças pagos (com o dinheiro dos associados) pela burocracia sindical para impedir os professores da base de terem estes o direito de falar no carro de som nas assembleias. Impressiona o resultado que a força política é capaz de fazer: a pressão exercida por setores independentes descontentes com a proposta de encerramento da greve - feita por setores ditos de oposição, em conluio com a articulação - foi tão intensa que, naquele momento, mudou o quadro da decisão da votação sobre o fim da greve, tendo passado como proposta vencedora sua continuidade.
Contudo, apesar do esforço da resistência combativa, o movimento - observado como um todo - já estava em descaminho a largos passos, o que o colocava em condições quase irreversíveis, difíceis de serem contornadas, tamanho era o abalo e o desânimo nos olhos do professorado grevista.
A política fascista do governo e as medidas burocráticas que atravancaram a luta por parte da burocracia sindical, consequentemente, levavam à derrota uma greve histórica que começou e terminou tão aguerrida.
Como na luta de classes nada se perde, tudo é aprendizado, essa greve não se encerra sem deixar como saldo político o orgulho numa grande parcela do professorado de ter vencido seu medo de ir à luta. E, principalmente, a consciência de que a greve é apenas uma das ações políticas aplicadas na luta, e que ela é transitória, mas a luta é contínua!