6 de setembro de 2019

Comunidade do Escadão, na Cohab 5, em Carapicuíba, resiste com bravura a tentativa de desocupação por parte do Estado de São Paulo!



Mais de 1000 famílias estão ameaçadas de despejo por ordem do Estado de São Paulo. Os ocupantes da terra, hoje moradias já construídas, defendem sua permanência no local por não se sentirem atendidas plenamente pelas políticas do governo do Estado. O direito à moradia, para muitas famílias, ainda segue ignorado.
O terreno (na Cohab 5, em Carapicuíba) onde as famílias estão estabelecidas é reivindicado pela Cohab, que não apresentou nenhum projeto local de modo que beneficie as famílias ocupantes.
Os trabalhadores que fazem parte da comunidade do Escadão sabem que se saírem dificilmente terão suas necessidades de moradia atendidas. O prefeito de Carapicuíba, Marcos Neves (PV), como qualquer político, passou sua campanha prometendo resolver o problema de moradia da comunidade. Tão logo ele chegou ao poder, sua máscara caiu: além de negar acesso a moradia digna ao povo, Marcos Neves bota a Guarda Municipal e chama a polícia para reprimir as pessoas que ocupam aquele espaço. Tendo inclusive, de forma totalmente ilegal, instalado câmeras num poste para vigiar toda movimentação das pessoas que ali só querem viver.

Os vários relatos das pessoas da comunidade mostram uma série de abuso de poder e violação de direitos humanos: pessoas idosas aterrorizadas, feridas, machucadas; trabalhadores espancados e alvejados por balas de borracha, crianças atingidas pelo gás lacrimogêneo, e até pessoas especiais agredidas pelas ações da Guarda Municipal e da Polícia Militar. É o Estado burguês, que se diz de direito, fazendo uso da política do terror contra os mais pobres!
Na tentativa de expulsar as pessoas que ocupam e dão função social àquele terreno, que por décadas esteve abandonado, as autoridades governamentais (o governador Doria e o prefeito Marcos Neves) aplicam o terror para amedrontar a comunidade. E qual tem sido a reação das pessoas que lá ocupam?  
Os trabalhadores têm respondido nas ruas a ameaça de despejo. Há uma semana eles vêm organizando atos públicos, bloqueios de ruas, manifestações, pressionando a prefeitura de Carapicuíba e o governo do Estado a darem uma resposta que atenda ao seu déficit de moradia, que não é pouco.
A justiça, que é mais um órgão do mesmo Estado burguês, determinou a saída dos ocupantes do local até o dia 12 de setembro, próxima quinta-feira, descumprindo uma série de protocolos legais como por exemplos: não obrigar a administração pública a indicar local de destino para as famílias; não disponibilizar aluguel social para quem precisa; nem mesmo respeitar o direito a permanência das mais de 400 crianças à escola. E assim, o Estado segue demonstrando sua incapacidade de dialogar: em todas as manifestações que os trabalhadores realizaram para cobrar a devida atenção, a polícia reprimiu com sua força habitual. Balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo, foram os únicos instrumentos, até o presente momento, apresentados pelo Estado.
Se, diariamente a periferia da grande metrópole paulista já vive a sombra dos coturnos policiais, depois que os trabalhadores decidiram se manifestar publicamente, denunciando o descaso da política de habitação do governo do Estado de São Paulo, muito mais passaram a viver sob o terror policial.
Toda solidariedade de classe aos trabalhadores e trabalhadoras da comunidade do Escadão! Todo apoio é necessário para fortalecer a resistência de quem luta por dignidade e é tratado com a violência que o estado oferece! Todo apoio à resistência da comunidade do Escadão com o que for necessário!
A comunidade do Escadão sabe que é impossível enfrentar um inimigo tão forte apenas apelando a passividade enquanto é tratada com brutalidade pelo Estado burguês.
 Viva a resistência popular! Todo poder ao povo trabalhador!
Abaixo a ditadura burguesa e seu Estado fascista!
Viva a revolução socialista!