16 de janeiro de 2015

MAIS UM ATAQUE BRUTAL DA POLÍCIA (DO ESTADO DE SÃO PAULO) AO CAPÃO REDONDO!

Por Coletivo Katu 13/01/2015

DENÚNCIA DE ATAQUE COVARDE DA PM-SP À ATIVIDADE CULTURAL NO CAPÃO REDONDO


Na última sexta-feira, 09/01, dia da manifestação contra o aumento da tarifa centro, que foi violentamente reprimida pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, ocorreu também na zona sul da cidade, região do Capão Redondo, outra ação policial igualmente violenta, porém longe das câmeras da mídia. 

Ocorria durante a madrugada no conhecido Bar do Saldanha um evento cultural de música jamaicana, frequentado principalmente por jovens. A festa já é conhecida na região, pois já houve diversas edições, e até então ela tinha acontecido sem qualquer tipo de problema. Nesse dia ocorria tudo bem novamente, e um amplo grupo pessoas ocupava a rua em frente ao bar com o único intuito de se divertir. 
Por volta das 2h30 da manhã, no entanto, pararam algumas viaturas da PM próximo do local, e sem dar nenhum tipo de justificativa ou mesmo um aviso, foi dado um tiro para o alto, e começou a chuva de bombas de gás lacrimogéneo. As pessoas que estavam no local, pegas totalmente de surpresa, corriam desesperadas enquanto tentavam entender o que estava acontecendo. 
Muitas bombas depois, quando o ataque finalmente foi cessado, diversas pessoas que passavam mal pela enorme quantidade de gás procuravam se sentar onde podiam. Algumas outras foram se refugiar no AMA (Assistência Médica Ambulatorial) que fica próximo do local. Mas a polícia ainda não estava satisfeita, e foi para onde as pessoas haviam corrido para jogar mais bombas. Depois as viaturas pararam em frente ao AMA, e um policial entrou no prédio com a arma em punho, e ordenou que todas as pessoas saíssem. 
Após isso, há ainda noticia de grupos que estavam indo embora a pé (não há transporte público no horário) serem abordados e agredidos, e também de viaturas que perseguiram pessoas durante um longo percurso fazendo constantemente ameaças. 
Sabemos que essa ação não foi única e isolada. Ela se repete constantemente em todos os locais onde a juventude ocupa as ruas para se encontrar e se divertir, seja no baile funk, no samba, na quermesse. A verdade é que a para a juventude pobre ocupar as ruas é proibido. 
A periferia da cidade é uma terra sem lei, onde os guardiões do estado fazem o que bem entenderem sem se preocupar. Atacam, batem, assassinam. E muitas vezes o medo que isso gera na população é tão grande que é difícil encontrar coragem até mesmo para denunciar a injustiça e covardia da polícia. 
Muitos tentam entender o porquê desses ataques tão violentos, mas na verdade não há justificativa legal. É simplesmente a demonstração de poder, a necessidade de deixar as pessoas constantemente em pânico, com medo, para que elas não se organizem e lutem, e permaneçam inertes. 
A polícia militar é a prova de que a ditadura que ainda não acabou, e nas regiões mais pobres das cidades é onde ela é mais forte. Enquanto essa polícia existir, não existirá paz nas periferias. Para virar essa página da nossa história de fato, essa polícia DEVE ser extinta. 
Em Junho de 2013, milhões de pessoas não tiveram medo, e foram as ruas para bater de frente. Assim vamos continuar, nenhum passo atrás, pois somente com luta construiremos a cidade que queremos. 
Seja na manifestação, no dub ou no baile funk, não recuaremos, estaremos na rua, pois a cidade é do povo.

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